segunda-feira, 20 de abril de 2015

Brasília é cenário marcante na literatura





Livro Mariposa – asas que mudaram a direção do vento traz uma história que se passa em vários pontos da capital

Uma cidade símbolo da arquitetura exuberante e repleta de monumentos políticos e históricos, Brasília não poderia deixar de marcar presença na literatura. No romance “Mariposa – asas que mudaram a direção do vento”, escrito por Patrícia Baikal, a capital é retratada em detalhes, desde o cotidiano dos candangos até a rica vida política. Mas com um detalhe: a trama se passa em 2020.
O livro é narrado em primeira pessoa por um jovem senador fictício, Nicolas Vaz, o qual não se intimida diante de seus colegas corruptos e é perseguido após fazer denúncias contra alguns deles. Mariposa é a mulher que conduz Nicolas num cenário político instável, desvendando esquemas de corrupção no Congresso Nacional, com a colaboração da Polícia Federal, Agência de Inteligência e até da Presidência da República. Mascarada como os heróis de Histórias em Quadrinhos, ela aparece e reaparece em lugares visados de Brasília (Monumento JK, torre de TV digital, Senado Federal entre outros).

Após atravessarmos as principais vias da cidade, vimos, à esquerda,
o nascer do sol. No alto, a estátua de Juscelino Kubitschek
o cumprimentava, dando as boas-vindas à cidade que ele criara. Algumas
garças se aproximavam do solo e faziam pose para serem fotografadas,
outras beliscavam o chão à procura de espaço e comida.

Os personagens não são nada comuns. Além do senador Nicolas e de Mariposa, Glória de Almeida tem papel marcante, já que é a presidente do Brasil em 2020. Alguns se perguntarão: é possível compararmos Glória à Dilma Rousseff, a atual presidente? A autora afirma que não, explicando que são duas mulheres muito distintas. No romance, tem lugar também para Fausto Kandosky, um Procurador da República astuto e misterioso.
O livro cria heróis e esperança num momento de profunda reflexão sobre a política brasileira. Não é de hoje que heróis são criados em momentos como esse. O Capitão América, célebre personagem americano, surgiu no auge da crise de 1929, enquanto que o “Homem de ferro” foi criado em meados da Guerra Fria. Mariposa e Nicolas não são diferentes. Resta ler esta trama nacional para desvendar outras conexões da ficção com a história e a realidade atual.


Veja abaixo alguns trechos do livro:

O plenário aos poucos se esvaziava, bem como a ala da imprensa.
Nesses momentos, eu tentava me focar nas centenas de placas
de metal penduradas que enfeitavam o teto. Elas reluziam e tilintavam
umas nas outras, refletindo as cores do salão. Os bancos, as
colunas, os painéis de Athos Bulcão, tudo idealizado para presenciar
os discursos e as argumentações."

Como uma árvore sideral, iluminada no ponto mais alto da
cidade, estava a torre digital — uma bela escultura a mais de cem
metros do solo, com duas cúpulas de vidro, uma de cada lado.

Em meados de março, a chuva se tornava a protagonista de Brasília,
caindo diariamente no fim da tarde, aliviando os baixos
níveis de umidade. A temperatura mudava bruscamente entre a manhã
e a noite, e os extensos gramados se tornavam mais verdes.


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